Voltou-se desesperada e caiu nos braços de Alleyn.
- Não, não. Eu não devo...Você não deve pensar que...
- Eu sei.
Alleyn tinha-a em seus braços e sentia o coração dela bater junto com o seu. Tudo em torno dele, as árvores, a terra em que pisava, as nuvens no tranquilo céu de outono. tudo aquilo se levantava como brilhantes imagens no seu espírito, para logo desaparecer numa onda de exaltação.eles dois estavam sós no mundo. E com aquele momento de supremacia diante dele veio-lhe a plena certeza de que não devia aproveitá-lo. Sabia com convicção que teria de deixar passar o seu momento. ouviu a voz de Troy e inclinou a cabeça.
- ... você não deve pensar que só porque eu me volto para você ...
- Está bem. Eu a amo e sei disso.Não se preocupe.
Durante algum tempo os dois ficaram silenciosos.
Finalmente, foi Alleyn quem falou.
- Quer que eu lhe diga o que penso ? Acho que se tivéssemos nos encontrado em condições diferentes, talvez você me tivesse amado. Mas tudo isso que aconteceu prejudicou sua opinião ao meu respeito. Existe uma triste associação de intromissão horrível e fria. Bem, talvez não seja tão ruim assim, mas o fato é que minha profissão parece separar-nos. Sabe que logo no princípio cheguei a pensar que você me detestava ? Você era tão abespinhada. Depois comecei ater alguma esperança. Não chore, minha querida Troy. Este é para mim um grande momento. Não creia que eu não esteja compreendendo. Você quase chegou a amar-me, não é ? - E pela primeira vez sua voz tremia.
- Quase ...
- Então ainda me resta uma esperança ...
Os artistas do crime - Ngaio Marsh
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