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13 de mai. de 2011

- Livre..

Havia um clima, não muito agradável no ar. Eles se entreolharam e não disseram uma só palavra. Não sabia o que dizer, ou talvez não houvesse nada a ser dito. E o clima? Só crescia. Não havia em ambos nenhum sinal de que conhecera tal desconforto. Os incomodava, mas ninguém cedia. Era visível quão grande era o incômodo, muito mais do que uma ferpa no dedo, muito maior que um caco de vidro em seu pé, muito além de um zumbido de uma mosca em seu ouvido. Pesava-lhes sobre os ombros e todo o corpo, pesava-lhes especialmente sobre as pálpebras, que de tanto, não conseguiam se encarar por mais de um segundo.
Mantiveram-se calado por um bom tempo, até que ela levantou-se e caminhou até a porta, ela pretendia sair daquele lugar, precisava respirar um pouco.Mas ele não suportou que ela saísse, como poderia deixá-lo sem uma explicação?
 - Espere! Não vai dizer nada sobre o que aconteceu?
 - O que quer que eu diga?
 - A verdade, seria pedir demais?
 - Eu errei, sim eu errei, isso te faz mais feliz agora?
Ela virou as costas e abriu a porta.
 - Então você está errada e fica com raiva.
 - Eu sei que estou errada, mas isso não muda sua postura arrogante. Desculpe se me permito o direito de errar, não sou perfeita, além do mais ninguém é.
 - Ah, então você está errada e eu sou arrogante.
 - Você não entende, não vou perder meu tempo tentando explicar, porque na verdade não tenho o que explicar.
Ela bateu a porta e seguiu em frente, sem culpa nem remorso, sabia que tinha errado, mas naquele momento estava certa, havia dito o que tinha pra dizer, libertou-se de todo o peso, de todo o clima.


Sou errada, sou errante, sempre na estrada
sempre distante ... ♫

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