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10 de jan. de 2013

A sensação desconfortável de rolar na cama sem conseguir dormir veio me visitar, talvez seja só a apreensão dos últimos dias , mas o fato é que passei duas horas pensando no ano que passou, e me lembrando do que mais me fez perder o sono ao longo dele. Foram tantas noites mal dormidas, me lembro  bem da ansiedade pelo primeiro dia de aula, que embora fosse o meu último ano do Ensino Médio, não havia me acostumado com esses eventos; houve também o desespero pelo silêncio que tinha se instalado, insegurança pelo que teria que enfrentar dali em diante; a presença de um fantasma que não deveria ter saído do passado; a empolgação de um reencontro; a angústia de ter visto, talvez pela última vez, os rostos que haviam impregnado a minha infância; a inquietação pelas escolhas que eu teria que fazer em prol do meu futuro; a tensão estabelecida às vésperas do exame no qual edificaria meu destino; o desespero de não saber o que fazer; a surpresa por uma conversa casual; o assombro por estar chegando ao fim de um ciclo; a melancolia pela percepção do adeus, a alegria de ter concluído uma etapa; a apreensão de um último abraço; a expectativa por uma conversa infundada; a satisfação pelo reconhecimento; ansiedade pelos resultados; desanimo pelo que o mundo me reserva; compaixão pelo próximo; esperança de um mundo melhor.
Não foi fácil conseguir dormir com o coração aos pulos, reuni junto a isso ainda, uma porção significativa de expectativas, pensei em chorar, mas não havia motivos, tudo aquilo estava no passado, sorrir também não cabia àquele momento, apenas fechei os olhos e pedi que meus pensamentos adormecessem, um CD de Djavan para embalar meu sono, afinal a poesia faz um bem danado para alma, não sei ao certo, quando adormeci, nem como levantei da cama, minha última lembrança foram os doces versos bem apropriados:

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"Porque o que passou, passou
Nada é para toda a vida
Tudo o que eu vivi
É passado, escombros
Deixo os seus jardins
E afins para os pombos"
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