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1 de fev. de 2013

Não sei falar, digo, sei pronunciar palavras, mas não sei falar quando preciso me expressar, as palavras se perdem, tropeçam na garganta, posso as sentir sendo balbuciadas em meus ouvidos, posso sentir a pressão que exercem em minha respiração, mas nada é capaz de percorrer as cordas vocais, não há voz, as palavras me sufocam, e não, não consigo pronunciar uma sequer. Apenas escrevo sobre o que não falo.
Hoje quando pediu que eu falasse algo, qualquer coisa, sorri não pela situação, muito improvável de acontecer diga-se de passagem, sorri de mim mesma por não conseguir, uma simples frase sobre qualquer assunto, dentro de mim havia muito a ser falado, mas não pude, eu não soube como fazê-lo.
Então, você me veio e falou por nós dois, enquanto eu sorria e respondia vagamente às suas perguntas, até você voltar a falar só por si, até você me dizer com toda gentileza que não queria só os meus sorrisos, fiquei muda como sempre e meus sorrisos surpresos se esconderam em algum canto, por um instante o sol se apagou um pouco atrás de nós, o vento, antes brisa envolvente, agora exercia sua pressão sobre nós eu deveria dizer algo, era a minha vez de falar, de explicar os porquês, e mais uma vez minhas palavras se confundiram e não chegaram à superfície, eu sei que esperava mais, então se me pedisse um abraço não negaria, não neguei.
Não era descuido, nem desprezo, nem indiferença, era só uma condição desprezível do meu ser, a capacidade de permanecer em silêncio, quando não se deve. Um abraço e o meu silêncio, foi tudo o que pude lhe conceder, qualquer um teria feito melhor que isso, mas você estava certo ao meu respeito, sou diferente de tudo o que conhece, qualquer um teria feito melhor, mas eu fiz o que fiz.

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